Jesus não disse que edificaria igrejas; ele disse que iria edificar Sua igreja, e que contra essa as portas do hades não prevaleceriam. É preciso urgentemente fazer a distinção entre igrejas e igreja.

As igrejas estão envolvidas com toda prática perniciosa e neopagã, porém a igreja verdadeira não se corrompe. Ela é invisível e composta por todos os crentes renascidos. Parte dela está na Terra, militando contra seitas, heresias, modismos, desmanchando argumentos falaciosos e incabíveis, ou simplesmente congregando e lutando para permanecer pura, sem mancha. A outra parte dela está no Céu, desfrutando da paz não merecida, mas tão almejada [se o autor se refere a Enoque, Moisés e Elias, além dos 24 anciãos do Apocalipse, tudo bem].

Quanto às igrejas, seus membros são telepastores e televangelistas que assim como Balaão estão inclinados ao materialismo e ao pragmatismo. São os padres pedófilos, os bispos que sonegam impostos, os apóstolos ignorantes que se rebatizam em Israel. São também neofariseus que se creem mais espirituais que os demais, como se a bênção de Deus tivesse alguma relação com méritos humanos. Alguns vivem um ascetismo hipócrita, outros, porém, vão ao outro extremo e desprezam os valores éticos expressos na Palavra de Deus. Muitos deles se infiltram em nossos templos, entre os servidores, e nos dão veneno de comer.

Os membros das igrejas são falsos professos, caricaturas do cristianismo autêntico, estrelas apagadas, folhas secas levadas pelo vento, estando envolvidos em escândalos, política e muita malandragem. Porém, a igreja não se corrompeu, não se corrompe e jamais se prostrará ao Deus deste século. A igreja é esposa, e aguarda ansiosa o regresso do esposo. Ela não tem pacto com os adoradores extravagantes, raramente comete exageros, é comedida, moderada, ainda que imperfeita e humana.

O apóstolo Paulo passou grande parte da sua vida refutando heresias cometidas nas igrejas, sem jamais censurar a igreja do nosso Senhor. Ele entendia que a igreja não é obra acabada, portanto, é imperfeita, e compreendia e vivia a tensão paradoxal, porém necessária entre igrejas e igreja.

As igrejas estão apaixonadas por Jesus; a igreja ama a Cristo mais que a si mesma.

(Púlpito Cristão)

Nota: O artigo do pastor batista Leonardo Gonçalves é oportuno por chamar atenção para a diferença entre igrejas e igreja. Sob esse ponto de vista, desfere um golpe na máxima que diz: “Todos os caminhos levam a Deus.” Não levam. Alguns são tão contraditórios que seria estranho darem no mesmo lugar. O que ocorre é que Deus procura salvar todas as pessoas, independentemente da placa da igreja (ou da ausência de placas). A salvação é mesmo individual e o Espírito Santo lida com cada um de maneira específica. Mas é bom lembrar o que Jesus disse: “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16), ou seja, as ovelhas sinceras se reunirão em torno dEle, no aprisco dEle, ou seja a igreja/rebanho.

Apocalipse 12 apresenta uma mulher (singular) vestida de sol como símbolo da igreja verdadeira. Já Apocalipse 17 fala de Babilônia e suas filhas (plural) como símbolo das igrejas que não são fieis à Palavra de Deus, portanto, são como prostitutas espirituais. A mulher de Apocalipse 12 (a igreja) é fiel a Jesus e aos Seus mandamentos. A mulher de Apocalipse 17 (as igrejas infiéis) flertou e adulterou com poderes humanos e doutrinas antibíblicas. Então, como saber o que é a verdade que essa mulher singular defende e procura viver? João 17:17 responde: “Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade.” A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada em sua totalidade é a verdade absoluta. Portanto, cabe a cada filho sincero de Deus buscar a igreja que segue mais de perto as Escrituras.

A Bíblia é a voz do Pastor eternizada em forma de texto. A ovelha sincera ouve e segue essa voz, sendo assim conduzida para o aprisco de Jesus. E se é mesmo sincera, ouvirá a voz de Deus ecoando das páginas do Apocalipse: “Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória. Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia [confusão] e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria. Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (18:1-4).[MB]