Música não é uma questão qualquer. É uma tremenda fonte de poder. É por isso que tanto Deus quanto satanás tem procurado usar este instrumento. Eles conhecem o seu alcance. Ellen White abre os nossos olhos para esta realidade:
“Poucos meios há eficientes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder. Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pensamentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço. É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes à alma oprimida e pronta a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito e o ânimo e a alegria se comunicam a outras almas! (Educação, p. 166 e 167)
Viu só? Não dá para pensar que ouvir música é só uma questão de gosto, prazer ou passatempo. Você consegue entender o que está por trás de uma simples música que toca em seu rádio ou CD? O poder da música é tão grande, que ele é capaz de muitas coisas:
1. Gravar mensagens. A letra e a mensagem de uma música são tão fortes que após ouvi-la algumas vezes uma pessoa é capaz de lembra-la pelo resto da vida.
2. Provocar Lembranças. A música é capaz de resgatar situações, emoções e outras lembranças que estejam vinculadas a ela. Coisas que aconteceram quando ela foi ouvida. Isso acontece mesmo que muito tempo, mas muito tempo mesmo, já tenha passado. Você ouve uma música e logo vem a mente um momento, uma cena….
3. Levar a decisão. A música alcança a razão e a emoção ao mesmo tempo. Por isso, é um tremendo instrumento para mexer com a decisão de uma pessoa, mesmo que inconscientemente. Dá para entender porque ao final de uma mensagem, no momento do apelo, os pregadores gostam de usar uma música tocante.
4. Expulsar Satanás. O inimigo não resiste às palavras de um cântico que exalte o poder de Deus. Quem já teve de enfrenta-lo sabe disso muito bem.
5. Afetar o humor. De acordo com a música que uma pessoa ouve ela pode ter reações diferentes e inconscientes. Se a música for calma, pode relaxar, descansar e se recompor fisicamente. Até se concentrar melhor. Se, por outro lado, a música é mais forte, pode se irritar, perder a concentração e até ter atitudes violentas.
6. Aproximar pessoas. Quando um grupo de pessoas que não se conhece acaba se encontrando e começam a cantar alguma música, ou a tocar um violão em uma rodinha, a aproximação se torna muito mais rápida e eficiente.
7. Curar doenças. Existem hoje muitas técnicas diferentes para usar a música no tratamento de doenças, e com muita eficiência. É a influência da musicoterapia.
Participação:
Você já teve alguma experiência onde a música teve uma influência direta para o bem ou para o mal? Como foi?
A música também faz parte da vida social da humanidade. Ela influencia culturalmente o comportamento das pessoas, mexe com as emoções e sentimentos, afetando a própria razão, determinando padrões de vida e alterando os rumos da sociedade. Essa é uma realidade! Os jovens que tem os olhos bem abertos sabem que a música é capaz de tomar conta deles. Sabem que a música não os prende de uma forma apenas, não atinge apenas um aspecto da vida, mas toca o centro da existência. Alcança a pessoa como um todo. Ela os agarra, sacode e invade a vida até impor seu comportamento, seu jeito de ser.
Michael Jackson, Spice Girls, É o Tchan, Madona, Sandy e Junior, Backstreet Boys, Britney Spears e tantos outros, de talento próprio ou fabricado nos laboratórios empresariais de marketing publicitário, tem servido de referência e padrão. A moçada come, bebe, veste, fala, usa e se comporta como seus ídolos. Estes modelos, não raras vezes, tem uma vida moral questionável. Ao admirá-los e amá-los, correm o risco, mesmo inconscientemente, de serem influenciados pelo caráter e personalidade destes pop stars.
Georges Snyders, no livro “A escola pode ensinar as alegrias da música?”, na página 80 diz que a música pode assumir proporções de violenta dominação opressora, despertando dentro de nós forças desordenadas, indistintas e põe em movimento forças subterrâneas levando a pessoa ao próprio caos. Medo, crueldade, angustia, sensualidade trazem um misto de encanto e tristeza que são facilmente suscitados pelas tempestades musicais.
Várias experiências científicas já foram feitas comprovando a influência da música sobre o corpo e a mente. Até mesmo plantas e animais são afetados e tem seu desenvolvimento alterado pela ação da música. Então você não pode esperar que uma pessoa que escuta freqüentemente qualquer tipo de música continue do mesmo jeito. Ela será atingida na sua vida sentimental, social, emocional e espiritual.
Imagine um filme sem música: as cenas de terror não causariam tanto medo, as cenas de ação não produziriam tanta adrenalina, as cenas de humor não produziriam tanto riso, as cenas de emoção não fariam brotar tantas lágrimas, as cenas de amor não fariam bater mais forte tantos corações apaixonados. Na verdade parece que um mundo sem música seria como um mundo sem cor.
Sendo a música um poder tão abrangente, ela é alvo do interesse de vários seguimentos como a política, religião, comércio, mídia, entre outros. Mas o maior interessado no assunto é o ex-maestro da orquestra celestial, Satanás. Ele quer levar as pessoas a se afastarem de Deus, e tem usado a música como um instrumento em suas mãos. Você tem que estar atento para que, ao se ligar em uma música, não esteja sendo desligado. Desligado das realidades da vida e das coisas espirituais.
O que você está ouvindo? 93% dos jovens ouvem rádio cada semana. Os jovens gastam cerca de 7 horas por semana ouvindo rádio e cerca de 6 horas por semana ouvindo CDs e fitas. Daí o interesse do mercado fonográfico na juventude.
Muitos jovens tem o gosto musical distorcido. É impossível que uma pessoa escute determinados tipos de música durante a semana inteira e depois tenha prazer na música cristã. Tendo desenvolvido seu paladar musical para um estilo de música não religiosa de baixa qualidade, que não eleva a mente e o espírito, a música de Deus perde sua atração. Por “curtir um som” que está nas paradas de sucesso, você pode colocar em risco suas bases espirituais.
Participação:
Você acha que um jovem cristão deve decidir ouvir apenas músicas religiosas, ou existem músicas seculares que não são prejudiciais?
Como fazer para conviver na escola, trabalho, ônibus ou outros lugares onde a música popular está sempre tocando, sem ser influenciado por ela?
Atualmente tem surgido um perigo para o jovem cristão, relacionado a música, que é mais sutil e sedutor que a música popular. É a própria música religiosa. A música popular é facilmente identificada como uma música que não pertence a Deus. Sua origem e seus divulgadores denunciam sua influência negativa. Muitas músicas religiosas contemporâneas, porém, tem se assemelhado tanto à música popular que tem sido um risco e um prejuízo para a vida cristã. E por isso mesmo, tem causado tantos questionamentos.
Há um conceito filosófico de música evangélica que defende a idéia de que Deus é o Deus das artes e da música e que toda música pertence a Ele. Não importa o estilo , é preciso resgatar as músicas que estão sendo usadas por Satanás e colocá-las a serviço de Deus. Assim, samba, jazz, blues, etc., podem ser usados para adorar a Deus. Somado a isto, está a idéia de que é preciso alcançar a pessoa no nível em que está, em sua cultura e seus costumes. Portanto, se um jovem gosta de rock, faça-se um rock evangélico para atraí-lo e agradá-lo, se outro aprecia música romântica, ofereça-lhe uma suave balada gospel. Seria este o método de Deus? Jesus desceu à terra, misturou-se com os piores pecadores, conviveu com eles, mas nunca rebaixou suas normas e padrões para conquistá-los.
Por outro lado existe a verdadeira filosofia cristã de música. Aquela que tem por princípio elevar o homem em todos aspectos de sua vida. A boa música sempre edificará, tanto mental como espiritualmente, tanto emocional como sentimentalmente. O critério de avaliação nunca deveria ser o gosto musical, pois ele é afetado por influências culturais e sociais, e por isso mesmo, está contaminado pelo pecado.
Não basta colocar uma letra falando de Deus, com citação de textos bíblicos ou expressando idéias religiosas para que uma música se torne edificante.
A questão não é ser liberal ou conservador. O fato é que precisamos ter uma consciência de que como jovens do século XXI, não somos obrigados a gostar de música de mil anos atrás, mas precisamos estar atentos para o tipo de música que estamos consumindo e apreciando.
Você deve estar se perguntando: “Já que eu devo gostar da música que Deus gosta, qual é o gosto musical de Deus? Será a música medieval européia ou a americana do século passado? Será o canto gregoriano ou a música gospel moderna?”
Na realidade as músicas variam de região para região e de época para época, mas existem alguns critérios que poderão ajudar, dentro de nosso contexto cultural, social e histórico. Aí vão três critérios práticos:
1. A letra. O conteúdo e a mensagem da música devem estar em harmonia com os ensinos e doutrinas da Bíblia. A música tem uma função didática e deve ensinar a verdade de acordo com a vontade de Deus. Cuidado, existem belas músicas que tem uma letra anti-bíblica.
2. Estilo ou ritmo. Toda música tem ritmo, mas alguns não favorecem a adoração. Uma canção para ser saudável não precisa ser fúnebre, ela pode ser alegre e vibrante, mas evita o apelo físico. Pode envolver a pessoa como um todo, mas sempre vai destacar a mensagem e conseqüentemente vai levar ao crescimento espiritual.
3. A reação. Uma boa maneira de avaliar a qualidade de uma música é a resposta produzida na pessoa. A música, como elemento de adoração, deve ser racional. Ao agir sobre a mente deve influenciar os sentimentos e as emoções levando a um compromisso com a mensagem e o envolvimento de todo o ser.
Muita gente acha que música jovem tem de ser cheia de embalo. Precisa ter cara de pop music, produzida por rapazes de cabelos compridos, com jaqueta de couro e guitarra nas mãos, levando a moçada ao delírio em shows de música gospel. Outros acham que os jovens devem se contentar com músicas pré-históricas acompanhadas por um órgão de fole da idade da pedra. Como alcançar o equilíbrio, o bom senso, a maturidade cristã neste assunto?
Certamente com humildade e oração, buscando em Deus e em Sua palavra orientação, estudando sem radicalismo ou preconceitos e deixando-se ser guiado pelo Espírito Santo. Não seguindo gostos pessoais ou a onda do momento. Respeitando a opinião dos outros e não transformando sua opinião em uma doutrina para salvação. É preciso saber que a despeito do tempo ou lugar, da cultura ou costumes, os sinceros e fiéis filhos de Deus que O adoram em espírito e em verdade estarão junto ao trono do Cordeiro cantando um cântico novo.
Saber escolher música de boa qualidade, religiosa ou não, demonstra sabedoria e maturidade. O jovem inteligente e de bom gosto não se deixa levar por modismos impostos pela mídia e pelo “todo mundo tá curtindo esse som”. Você não precisa se sentir um extraterrestre ou alienígena por ter estilo próprio e critérios na seleção musical. Mesmo o gosto pessoal pode ser perigoso, se usado como padrão, pois nós temos uma natureza contaminada pelo pecado.
Ao sintonizar o seu rádio ou entrar em uma loja para comprar um novo CD, você deve estar atento à influência da música que vai estar ouvindo. A música é um fio que tece nossas vidas. Ela tem poder. Pode levar à salvação ou perdição. Tudo depende de uma escolha. Pelo poder de Deus, escolha a música certa!
Participação:
Que cuidados um jovem deve ter para não permitir que seu gosto pessoal se torne o critério para escolha das músicas que ouve?
Como fazer para mudar o gosto musical, quando você descobre que as músicas que ouve não combinam com o gosto de Deus?
Como ajudar os amigos, colegas ou familiares a entenderem o prejuízo que estão recebendo, com a música que ouvem, sem ser chato?