Embora a carreira do meu esposo estivesse em seu ponto alto, eu me encontrava lutando contra pensamentos que pareciam me isolar emocionalmente daqueles a quem eu amava. Meus pensamentos eram repetitivos e confinantes.

Pobre de mim! Essas ideias vieram de graça e se tornaram, cada vez mais, um vício. De tempos em tempos, eu me imaginava realizando uma festa de autopiedade, com convites, balões pretos, música e brincadeiras. No exterior, porém, eu era toda sorrisos, especialmente no lar dos aposentados. Mas, sem muita demora, meus sorrisos de plástico se tornaram reais, quando encontrei outras pessoas em quem concentrar meus pensamentos.

Nesse ativo lar para idosos aposentados, um senhor chamou-me a atenção de modo especial. Ele ainda era bastante independente, dirigia o próprio carro pela cidade, acompanhava as senhoras ao almoço e era a vida das festinhas no bingo. King Gentry era esperto, também; tinha um computador que usava regularmente, escrevendo para amigos e familiares, ou editando um de seus muitos poemas para seu livro.

Recentemente, encontrei um dos poemas do Sr. Gentry em minha caixa de papel para correspondência e, por fim, tirei tempo para lê-lo inteiro. Era exatamente o que eu precisava, como recém-jubilada: “Se encaramos a eternidade tranquilamente, que continue assim./ Envelhecer com graça é difícil./ Seria porque pensamos mais em mim,/ quando deveríamos pensar um pouco mais em nós?/ Se vivemos tranquilamente como somos, que continue assim! Que saibamos partilhar com outros o dom da vida./ Somente pela graça de Deus vivemos cada dia./ Se o vivemos sob Sua graça, que continue assim!” – King Gentry, 21 de julho de 1999, Killeen, Texas.

Eu me lembrarei das palavras de King: não apenas “eu”, mas “nós” caminhando pela estrada da vida. Posso sobreviver – e até vicejar – se estender aos outros amizade e amor. Que continue assim!

Nancy Ann Neubarth Troyer