Vizinhos novos mudaram-se, vindos de uma cidade próxima para uma propriedade ao lado de nossa fazenda, no interior. São um dedicado casal cristão, e tivemos a satisfação de conhecê-los enquanto construíam a casa e começavam a instalar-se. Trouxeram com eles seu velho cão. Mas, como ele é cego, decidiram trazer outro cachorro para fazer-lhe companhia. Sansão é um cachorro grande, com um latido poderoso e dentes afiados que parecem um bocado ameaçadores. Eles nos garantiram que Sansão é inofensivo.

Mas, algumas vezes, ele nos seguiu por uns oitocentos metros ou mais pela estrada, latindo o tempo todo, enquanto andávamos em nosso carrinho aberto de golfe. Quando trabalhamos na área limítrofe das nossas propriedades, Sansão acha que não fazemos parte daquela faixa e tenta afugentar-nos. Quando seus donos estão em casa, um deles vem para buscá-lo, e isso resolve a questão momentaneamente.

Certo dia, precisamos fazer um trabalho perto da divisa das propriedades. Eu sabia que os donos talvez não estivessem em casa. Como eu não queria ser importunada por Sansão, orei para que ele permanecesse em casa. Como de costume, porém, quando ele nos ouviu chegando, veio pela estrada em nossa direção. Aí, repentinamente, parou quase na linha divisória. Ficou latindo, mas não se aproximou. A princípio, nem pude crer no que estava vendo – então, entendi que minha oração fora atendida, e sussurrei um silencioso “Muito obrigada” na direção do Céu. Durante o tempo todo em que trabalhamos ali, ele latiu. Mas era como se um anjo o impedisse de entrar em nossa propriedade.


Várias vezes, desde então, temos trabalhado ali perto, e sempre ouvimos Sansão latindo, mas ele não mais se aproxima de nós. Deus não só respondeu à minha oração naquela vez; Ele manda Seu anjo cada vez que trabalhamos ali.
Muito obrigada, Pai, por cuidares não só dos pardais, mas também das coisas simples na vida dos Teus filhos.

Betty J. Adams