A intimidade com DEUS chama-se "adoração", e a intimidade entre os seres humanos chama-se "honra", no sentido da deferência respeitosa e ligação entre os humanos, incluindo a comunicação e preferencialmente também a presença física. A felicidade vem da adoração a DEUS (aliança de amor com O Criador) e da honra entre nós, (alianças de ligação entre as criaturas): a vida depende desses dois tipos de alianças. Mas, essencialmente nossa vida com felicidade depende do que fazemos com a adoração, por ser DEUS a origem tanto do amor quanto da intimidade e da felicidade.
Surgem assim três perguntas vitais: por que adorar? quem adorar? como adorar? Ainda se acrescentam outras questões também vitais: Será que adorar tem algo a ver com amar? E o que é amar? Como se ama? Qual a orientação de DEUS, O Criador, sobre o amor?
Por que adorar? Apoc. 4: 11 explica: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas." Portanto, adoramos porque existimos ou porque fomos criados. Adorar é um solene ato de gratidão pela nossa existência, isto é, porque o Criador teve o desejo de nos fazer existir. Será que existe outro motivo superior a esse para agradecer a alguém? Ou então, o que você estaria fazendo se não existisse? Existir, viver é tão importante que para agradecer por esse dom DEUS instituiu a adoração. Adorar, veremos adiante, é uma solenidade de intimidade com O Criador, em que nos unimos a Ele por sermos Suas criaturas.
A quem adorar? Apoc. 14: 6 e 7 explica: "Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." – O Criador, em razão da Sua capacidade de criar do nada, esse é que deve ser adorado, e só Ele. Não há outro ser, outro poder, outra inteligência capaz de criar um ser vivo, só DEUS tem essa capacidade, portanto só Ele pode e deve ser adorado, como ensina o verso citado.
Como adorar? Para respondermos a essa pergunta devemos analisar a Lei de DEUS, os Dez Mandamentos de Êxodo 20:3 a 17, em três momentos: (1) os três primeiros mandamentos; (2) o quarto mandamento; (3) os seis últimos. A Lei de DEUS não é outra coisa senão o ensinamento de como amar (adorar) a DEUS e de como amar (honrar) o nosso semelhante. Por isso ela é fundamental para se entender o amor e a intimidade, e assim encontrar definitivamente o caminho da felicidade.
Os Dez Mandamentos, para fins didáticos, serão analisados nos três grupos citados no parágrafo anterior. (1) Assim os três primeiros mandamentos dizem respeito ao autor da vida. A vida inteligente foi crida com um desígnio: ser feliz! Isso significa: a vida deve ser boa de se viver, que valha a pena. (2) O quarto mandamento diz respeito à intimidade (adoração) com DEUS para sabermos como ter intimidade (honra) com nossos semelhantes. (3) Os restantes seis mandamentos ensinam como sermos íntimos com os demais seres humanos, a partir dos nossos pais. A seguir vai uma transcrição desses mandamentos:
1º) Não terás outros deuses diante de mim.
2º) Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
3º) Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
4º) Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.
5º) Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.
6º) Não matarás.
7º) Não adulterarás.
8º) Não furtarás.
9º) Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10º)Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo. (Transcrito conforme se encontram no original bíblico de Êxodo 20:3 a 17)
O primeiro mandamento afirma que não se pode ter outro deus para adorar, e o segundo afirma que não se deve tentar fabricar outro deus. É óbvio, não há outro capaz de criar do nada e de criar seres vivos, à Sua semelhança, com o propósito de ser feliz. Nenhum outro deus é capaz de SER AMOR, para nos dar amor, e assim nos garantir a felicidade. Portanto, ou adoramos o verdadeiro DEUS, e por Ele temos a felicidade completa para sempre, ou nos enganamos seguindo alguma outra coisa, e morremos depois de sofrermos e de termos uma vida infeliz, ou uma vida de ilusões, de aparente felicidade. Essa última situação é o caso daqueles que nunca sequer souberam o que é a verdadeira felicidade, e por isso apenas pensam que são felizes.
O terceiro mandamento requer muito respeito ao nome de DEUS, pois por esse nome identificamos tudo o mais que após ele pronunciarmos, e até mesmo o modo como o pronunciarmos, ou nos comportarmos. O Seu nome representa o caráter cujo princípio é o amor, amor que, nas mãos de DEUS é capaz de criar vida, e nas mãos de um casal de seres humanos é capaz de gerar vida. Esse caráter e seu princípio tem infinito valor, e devemos saber respeitar o nome e Quem esse nome representa. Quem leva a sério os três primeiros mandamentos está apto a também obedecer o quarto mandamento, que nos ensina a ciência e a arte do amor.
Portanto, os primeiros mandamentos, incluindo o quarto, identificam o Autor da vida, e de todas as coisas, O único capaz de fazer isso, O único que portanto merece ser adorado, Ele é O Criador. A adoração entendemos como um solene ato de amor exclusivamente direcionado ao Criador, em reconhecimento pela nossa existência e manutenção, e no nosso caso, também da redenção de morte. É um ato de gratidão, em que ocorre íntima ligação com o Criador, da maneira como Ele estipulou. O quarto mandamento, pelo que ele significa para a felicidade deixaremos para analisar por último.
Os últimos seis mandamentos dizem respeito ao nosso relacionamento com os demais semelhantes nossos. O quinto, trata do relacionamento com os nossos pais, que devem ser honrados porque eles nos geraram. Devemos a nossa existência e a vida a eles. Porque se amaram tanto, na sua intimidade nos trouxeram à existência. DEUS nos criou e nossos pais nos geraram. Viemos à existência por amor, tanto na criação, por parte de DEUS, como na geração, por parte dos nossos pais. Por isso os nossos pais devem, não ser adorados pois não são deuses, mas ser honrados, pois são os nossos genitores. O desígnio da criação consiste no seguinte: DEUS cria por amor, para a amar a quem criou, para ser amado por quem criou, para que as Suas criaturas se amem entre si, e em amor possam viver, viver felizes, viver para sempre, eternamente. São os sete componentes do desígnio da ação criativa do amor de DEUS e do amor de todos nós, se o tivermos. DEUS age por amor porque Ele é o próprio amor. Por essa razão é que o sétimo mandamento diz: "Não adulterarás", ou seja, expandindo o seu significado: não ensaie de fazer vida fora do sagrado círculo do amor. Pois o novo ser que vêm, deve ter as condições de ser amado e amar, o que só uma família em que há amor pode proporcionar. Um novo ser só deve ser gerado por amor compromissado entre o casal, para que ele, ao vir ao mundo, seja amado, que aprenda a amar a seus pais e aprenda a amar a seus semelhantes, e assim possa habilitar-se a viver uma vida eterna com felicidade. Assim é o desígnio do amor, o desígnio da criação, o desígnio da geração de novas vidas: tudo por intermédio do amor. Afinal, todos os seres vivos merecem ser felizes, ou não? Não há sentido para a vida senão houver felicidade!
Assim visto, entendemos que o sexo é algo sagrado, relacionado ao amor e à vida, à intimidade mais íntima entre seres humanos, capaz de tornar o amor tão intenso que pode gerar uma nova vida. O sexo está relacionado também com a felicidade e a vida eterna, bem como a estabilidade da família. Hoje, tentam relacionar o sexo com falsa liberdade, como se fosse um instinto para apenas produzir prazer momentâneo. Não é assim, o sexo está relacionado ao amor, à vida e à felicidade. Ele deve e pode ser praticado nessa perspectiva, um íntimo compromisso pela vida com condições de cultivo do amor. Para isso, o sexo deve estar circunscrito e restrito ao cônjuge que se tornou o aliado comprometido para a vida e felicidade mútuas, e também dos que por esse meio vierem à existência, os filhos e filhas. Esse é o intuito do sétimo mandamento, no contexto da Lei completa, a Lei do Amor.
Portanto, temos aqui uma linha inteligente na Lei de DEUS: Primeiro ela trata do amor ao Criador da vida, o único capaz de fazer isso, e pede que esse amor seja em forma de adoração; então trata dos dois seres que nos geraram, e pede que os honremos e segue cuidando de como deve ser o nosso amor para com todos os semelhantes. Os mandamentos tem por foco central a vida, principal produto do amor. Por esses mandamentos, a vida merece ser boa, feliz, e eterna. Para isto existem os Dez Mandamentos.
O sexto mandamento refere-se a vida que vem de DEUS e é transmitida pelos pais. Que não se mate, não se tire a vida por um mero ato de ódio o que com muito amor foi criado por DEUS e continuou sendo gerado por seres humanos. Trata do respeito ao que O Criador fez, e que só Ele pode fazer: criar vida, e respeito ao que os seres humanos são capazes de realizar pela força do amor: gerar vida. O principal produto do amor, a vida, merece o devido respeito, não se deve tirar a vida de ninguém.
Os demais mandamentos, os últimos três, dizem respeito ao que pertence ao nosso próximo. Se amarmos de fato os que nos são semelhantes, não desejaremos o que a eles pertence, nem os seus bens muito menos o seu cônjuge, aquela ou aquele que participa com exclusividade de seu círculo mais íntimo de amor e felicidade. Assim também não mentiremos para o nosso próximo, a mentira é a principal arma de satanás, e ele é o principal inimigo da felicidade. Na sua astúcia, ele engana a quantos pode criando simulações de felicidade pelas quais as pessoas pensam ser felizes, mas não são, e muitas delas nem sequer algum dia chegam a saber o que é felicidade.
Num esquema geral dos Dez Mandamentos percebemos que oito deles iniciam com a proibição "Não". São eles os três primeiros e os cinco últimos. Só dois iniciam diferente, são eles, o quarto e o quinto mandamento. O quarto mandamento ensina como devemos nos relacionar com o nosso Criador, e o quinto mandamento indica como nos devemos relacionar com nossos genitores. Esses dois mandamentos dizem respeito diretamente a origem da vida, que é DEUS, e de quem recebemos a vida, isto é, nossos pais. A origem da vida foi por amor, e a sua transmissão até nós, também foi por amor. DEUS nos criou e nossos pais nos geraram. Em uma e em outra situação esteve envolvido o amor, e amor requer intimidade, e o sábado, o sétimo dia da criação é o dia da intimidade com DEUS, e nossos pais, em intimidade de amor, nos geraram. Esses dois mandamentos declaram a importância da vida e do amor, bem como da intimidade para que o amor possa existir.
Agora, por que os demais mandamentos proíbem? Na verdade, para seres inteligen-tes, bastaria o quarto mandamento, como está em Gênesis 2:1 a 3. O quarto mandamento, amar a DEUS, engloba todos os demais. No entanto, para a raça caída, que desceu aos níveis mais inferiores da estupidez, era preciso ser mais direto e convincente, proibindo a adoração a outros deuses e proibindo usar mal o nome de DEUS.
Chama grande atenção o conjunto de proibições dos últimos 5 mandamentos. Eles contém o quinteto da morte, por onde se perde a vida eterna, por isso proíbem: matar; adulterar; roubar; mentir e cobiçar.
É pela cobiça em Lúcifer que se iniciou a desgraça do pecado, e é pela cobiça que todo o mal hoje ainda se espalha nas mentes das pessoas. O dicionário Michaelis define a cobiça assim: 1 Desejo veemente de conseguir alguma coisa. 2 Ânsia ou ambição de honras ou riquezas. 3 Avidez. 4 Concupiscência. É por onde se inicia todo o mal, na mente, tendo idéias do tipo cobiça.
A cobiça tem seus parentes próximos, que são: ganância, prepotência, orgulho, e vaidade.
A definição de ganância, por sua vez, é:
- Ação ou efeito de ganhar.
- Ganho, lucro.
- Juros pagos pelo mutuário.
- Usura.
- Ambição desmedida.
- p us Ganho ilícito.
A definição de prepotência é:
- Qualidade de prepotente; poder superior.
- Abuso do poder ou da autoridade; opressão, tirania, despotismo.
A definição de orgulho é:
- Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, brio.
- Amor-próprio exagerado.
- Empáfia, bazófia, soberba.
- Ufania.
A definição de vaidade é:
- Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração.
- Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros.
- Vanglória, ostentação.
- Presunção malfundada de si, do próprio mérito; fatuidade, ostentação.
- Coisa vã, fútil, sem sentido.
- Futilidade. V. de língua: jactância, presunção.
Portanto, resumindo:
Cobiça: desejo de ter ou ser o que não deve – foca no EU; EU QUERO;
Ganância: desejo de ganhar mais que o outro – EU BUSCO O QUE QUERO;
Prepotência: explorar os outros pela força – EU OBTENHO PELA FORÇA O QUE QUERO;
Orgulho: eu sou superior – EU SOU O QUE QUERO, CONSEGUI;
Vaidade: ostentação – OLHEM O QUE EU SOU.
No caso de Lúcifer:
Cobiça: gostaria de ser semelhante ao Altíssimo;
Ganância: serei semelhante ao Altíssimo;
Prepotência: adorem-me, pois eu sou semelhante ao Altíssimo;
Orgulho: eu sou semelhante ao Altíssimo;
Vaidade: vejam a minha riqueza, o meu resplendor e o meu poder, ve-jam o que eu sou.
Pela cobiça vem os outros atributos típicos do pecado, dos quais precisamos nos livrar, e para nos livrarmos deles, o contra-ataque deverá ser por meio da humildade, simplicidade, e senso total dependência de DEUS, que é a entrega de tudo o que somos e o que temos a Ele.
Para conquistar as condições da cobiça, a pessoa, como fez Lúcifer, mente, engana, passa para trás (9º mandamento). Mas não fica nisso, ela se aprofunda mais no erro, roubando (8º mandamento). E ainda não fica nisso, ela faz misturas de coisas boas com coisas runs, para enganar e roubar mais facilmente, ou seja, ela prostitui tudo (7º mandamento). E no limite da maldade, ela mata (6º mandamento).
Esse é o quinteto da morte, pela ordem de trás para frente: cobiça; mentira; roubo; prostituição; morte. Essa foi a trajetória de Lúcifer, e é também de todo aquele que se perde, trajetória sinistra que sempre inicia pela ambição.
Atenção: o quinteto do mal foca o exterior, a aparência, pois tudo o que faz é falso, mas o amor foca o interior, o caráter, a essência, pois o que faz é verdadeiro, e nesse caso, a aparência será fruto da essência.
E o quarto mandamento, qual a sua função. Ele é o centro do amor. Vamos por partes.
De início ele afirma: "Lembra-te" – ou seja, como não restringe essa palavra, ela refere-se a todos seres capazes de se lembrar que dia da semana é hoje, seres de todos os tempos, não só aos judeus, ou não só aos que viveram até o dia da ressurreição, ou até o decreto de Constantino, o Imperador romano que se fazendo igual a DEUS, intentou mudar o sábado para o domingo...
É para lembrar do sábado para o santificar, isto é, para dedicar esse dia ao amor. É para separar as horas do sábado para algo santo, e não há nada mais santo que o amor, pois DEUS é amor (I João 4:8).
Santificar ou dedicar-se ao amor requer intimidade, sem intimidade o amor não prospera. A intimidade é o seu contexto, o seu ambiente. E o sábado é o dia da intimidade com O Criador, tanto que DEUS pede que nesse dia paremos todas as atividades pro-dutivas. Essa é a intimidade mais íntima possível no Universo, por isso nesse dia deve-mos nos dedicar exclusivamente ao amor, DEUS, não fazendo nenhum trabalho produtivo. A intimidade do sábado não foi instituída no intuito de gerar vida, como na intimidade entre um casal que se une para tornar-se naqueles momentos em uma só carne, e gerar vida por meio do amor, mas para nos unirmos em santidade (atitude de amor) com aquele que nos criou, e isso é uma intimidade especial, chama-se adoração, ou seja, é estar com DEUS. Evidentemente foi DEUS quem regulamentou essa intimidade, e essa é a razão dos Dez Mandamentos, e por isso ninguém tem o direito de proceder qualquer alteração nesses mandamentos, exceto se for por algum motivo traiçoeiro e mal intencionado. A intimidade mais íntima possível, o relacionamento de amor com O Criador, é a santificação do dia de sábado. E intimidade tem uma característica especial: parar tudo para dedicar-se exclusivamente a quem se ama, por isso se para toda obra. Dessa intimidade vem o ensinamento da sabedoria da vida feliz, pois assim também devemos proceder em nossa família nos momentos que reservamos para "nós": parar tudo, desligar TV, tirar jornais, etc., e reunir os membros da família e estar juntos, em íntimos e alegres momentos informais. Sem isso, o amor esfria, deteriora e termina. Sem isso o amor será substituído pelo ódio e seus dois principais produtos, o sofrimento e a morte. E na intimidade mais íntima entre seres humanos, que DEUS concedeu ao casal que se une para se amar eternamente, o descanso sabático do sétimo dia dá a mesma orientação: dedicação exclusiva!
DEUS não necessita parar para nos atender. Ele é infinitamente capaz, e pode atender a tudo o que criou, e ainda assim, prestar atenção em cada um de nós como se fôssemos únicos, e exclusivos: Ele pode fazer isso, mas nós não. Porém, nem Ele deixa de parar no dia de sábado, em consideração ao princípio da intimidade que colocou em Sua Lei, de parar toda atividade produtiva em dia de sábado, toda atividade servil (ver Levítico Cap. 23, sobre obra servil), tal é a solenidade da intimidade entre Criador e criatura. DEUS pode nos amar tão intensamente mesmo amando a uma infinidade de outros seres que Ele criou, mesmo Se ocupando com Seus atos criativos, mesmo assim Ele pára Suas atividades dedica-Se à intimidade com Suas criaturas. Ele mesmo disse que separou o dia de sábado, isto é: santificou e abençoou esse dia, pois Ele mesmo descansou nesse dia, desde o início da criação.
Estima-se que existam entre 1.500 a 2.500 milhões de galáxias, e que existam 100 bilhões de trilhões de estrelas. Esse número de estrelas é maior que a quantidade de arreia em todas as praias e desertos do planeta, é o que foi visto pelos aparelhos óticos, mas sabe-se que há muito mais, o Universo pode ser infinito em tamanho e em quantidade de corpos celestes. Ainda existem os astros junto a essas estrelas, e não se sabe quantos seres seme-lhantes a DEUS Ele criou para cuidar, além dos animais e da natureza. Mesmo com tudo isso, ele é capaz de prestar atenção em cada um de nós como se fôssemos únicos. No entanto, até mesmo DEUS, ao concluir a Sua criação, no sétimo dia parou Sua obra, nesse dia descansou, abençoando o sétimo dia e o santificando. Vê-se o quanto O próprio Criador valoriza a intimidade! Ele instituiu o tempo de intimidade para dedicar-Se às suas criaturas que nesse dia, em especial, estarão voltadas exclusivamente a Ele, em adoração, e isso é amar a DEUS da forma mais intensa. DEUS parou no sétimo dia! Ele que não precisaria parar para dedicar-Se totalmente a nós! E Ele nunca muda, aliás, o amor nunca muda, portanto, DEUS não segue as mudanças que os homens fizeram em Sua Lei, Ele, a cada sétimo dia, no sábado, pára suas atividades produtivas, e Se reserva à intimidade com Seus adoradores. Isso é para Ele algo especial, é glória para Ele pois somos Seus filhos, criados para o desígnio do amor, Ele nos fez para nos amar, e essa é a função especial do dia de sábado da Lei dos Dez Mandamentos.
O Universo é uma grande família, onde os seres inteligentes se amam a partir do amor que dedicam a DEUS, e que d'Ele recebem. Podemos entender esse amor estudando a família, já que entender o enorme Universo é mais difícil. A família é um pequeno Universo, uma miniatura do que acontece em toda a criação. Na família deve haver freqüentemente intimidade entre todos os membros, para cultivar o amor. Assim será numa viagem, ou num almoço especial, ou apenas num pequeno e curto passeio à pé, há milhares de formas diferentes de intimidade para se cultivar o amor. Às vezes até um telefonema já contribui com alguma intimidade.
Na família a intimidade mais íntima é a que ocorre entre o casal, quando se tornam uma só carne, tanta é a intensidade do amor. Torna-se esse momento tão prazeroso que atinge o êxtase da felicidade, e pode até gerar nova vida, para a ela o casal de amantes dedicar esse seu intenso amor. Os filhos vêm pelo poder do amor. Eles vêm para serem amados, por isso o casamento precisa ser vitalício, pois só assim se preserva a felicidade no lar. A intimidade precisa ser vitalícia, por que interromper o que é bom e que gera vida com felicidade?
Na família devemos agir como DEUS age e recomenda: servir uns aos outros (Mateus 20:28). O amor não dá ordens, ele, antes se oferece para ajudar, não para pedir, muito menos para impor. Se numa família todos os membros estiverem dispostos a sempre servir aos demais, nunca a dominar, nessa família crescerá a felicidade, e nunca brigarão, também nunca ali vai haver motivo de separação. É porque eles partem do princípio do amor, não do ódio, para se relacionar entre si. Havendo amor em todos, eles serão motivados a servir uns aos outros. O servir ocorre porque um ama o outro, e sente o tempo todo intenso desejo de fazer algo pelo outro. Servir é a ação resultante do amor porque quer bem, e, pelos sentimentos de afeto que o amor gera, é levado a uma irresistível necessidade de servir, de fazer algo pelo outro. Então eles servem uns aos outros por amor, e não esperam nada em troca, nem cobram alguma coisa. Num ambiente assim pode haver intimidade! O amor nunca pede nada em troca (ver I Cor. 13:4 a 8, e também todo esse capítulo). Foi por amor que JESUS Se submeteu à cruz, não para impor que O amemos, mas para nos atrair a Ele. O amor utiliza a estratégia de "amar" para criar vínculo, não a estratégia de forçar por meio de leis ou pelas armas ou por qualquer outro tipo de imposição. Pela força podemos estar juntos mas nos odiando, porém pelo amor estaremos ligados em honra uns aos outros. Na cruz Ele mostrou que é capaz de amar, e que é digno de ser o Rei do Universo. Só quem ama pode cuidar da vida e da felicidade, e isso eternamente. E como o amor é completo em seu sistema de funcionamento, eles nunca terão necessidade de nada, pois todos estarão sempre dispostos a servir! Nem mesmo alguém necessitará pedir algo, antes que peça, os demais membros da família já estarão oferecendo seus préstimos, assim como DEUS faz (ver Isaías 65:25). Num lar assim nunca vai haver briga nem separação, só crescente felicidade, e se selarão uns aos outros com uma força convergente cada vez maior. O amor sela as pessoas entre si para que não se separem, e essa unidade produz eterna crescente intensidade de felicidade. Essa experiência nunca chega ao final, nunca se esgota, mas se expande indefinidamente, rumo à eternidade. A ligação de um com o outro, no caso de um casal que se compromete pelo matrimônio, com o tempo, cultivando o amor, sela um para o outro, e não há nada que os possa separar, senão a morte, e ainda só temporariamente. O selo do amor é a ligação da intimidade. Esse é o mesmo amor que nos sela a DEUS, e torna-se assim tão intenso que nada pode nos separar do amor d'Ele (ver Rom. 8:35 a 39). Foi nessa perspectiva que DEUS criou o lar, a família e disse que não deveriam separar-se. O que é bom e que se torna cada vez melhor, de fato, não deve terminar: DEUS está certo.
A intimidade é o selo que faz com que o amor nunca termine, e para garantir a existência de amor entre criaturas e Criador, a intimidade especificada por DEUS que nos ama é o tempo do por do sol de sexta-feira ao por do sol de sábado, tempo que Ele determinou para que não fizéssemos nenhum trabalho produtivo, de modo que assim nos pudéssemos melhor dedicar ao nosso Criador, amando-O, isto é, adorando-O. O sétimo dia é o selo de DEUS, para garantir intimidade com Ele, e proporcionar nossa ligação com Ele. Os que são assim selados podem ser colocados vivos no fogo, mas ninguém consegue romper a ligação de amor com o seu Criador. O mesmo pode ocorrer entre um casal, pois o amor é idêntico, é proveniente de DEUS.
Pois essa é a lógica do dia de sábado, selar as pessoas com DEUS e selar elas entre si. O sábado é o selo de DEUS, o selo do amor, o momento de intimidade em que o alvo exclusivo seja o amor. A intimidade é o agradabilíssimo momento em que nos ama-mos e esquecemos o restante, não realizamos nenhuma tarefa que perturbe o amor e sua felicidade. O sábado foi instituído por DEUS para a intimidade entre criaturas e Criador, e também entre as criaturas. É a intimidade das intimidades, para o cultivo do amor. É o momento em que nos dedicamos ao amor, e DEUS é amor (I João 4:8). A intimidade é bíblica e está na Lei, como também em João 14:15 e mais o capítulo 15:10, e também em I João 5:3. A intimidade aparece em esplendor em I João 4:7 e 16. Todo cap. 4 de I João trata da intimidade, com DEUS e entre as criaturas. Atenda a sua curiosidade e leia esses versículos em sua bíblia, e confirme o que afirmamos.
Devemos expandir o conceito de intimidade. Revendo, a intimidade é o ambiente necessário para que o amor se desenvolva cada vez mais, que cresça e se fortaleça. Mas o que se requer para que haja intimidade? Eis uma questão vital! Vejamos:
- Para haver intimidade verdadeira, total, há necessidade de abandono de tudo o que possa interferir no relacionamento. Na intimidade com DEUS, há necessidade de abandonar todo mundanismo. Na intimidade com o cônjuge há necessidade de abandonar tudo o que incomoda o outro.
- Isso pode requerer sacrifício. O amor vai ao sacrifício para não acabar, JESUS foi à cruz por esse motivo. O amor mesmo é que defende a intimidade, e faz qualquer coisa, até mesmo chega a passar a maior de todas as vergonhas para defender o direito à intimidade com quem ama.
- O amor busca ligação honrosa com quem ama, isto é intimidade ou selo de amor. Para isto, o amor busca respeitar as fraquezas de quem ama a ajuda a supera-las, mas nunca o faz por meio de imposições, só por meio das delicadas alternativas da persuasão.
- O amor se supera para agradar a quem ama. Assim sendo, o amor nunca acaba, pois se quem ama age assim, e se quem é amado também agir desse modo, ambos estarão a cada dia contribuindo para que o amor seja maior, e que os momentos de intimidade sejam cada vez mais agradáveis. Assim uma família jamais se dissolverá, pelo contrário, ela se fortalecerá cada vez mais.
São os Dez Mandamentos que tratam desse assunto: como preservar o amor. Em síntese, como disse JESUS, a recomendação é que nos unamos em adoração (isto é amar a DEUS) com todas as nossas forças e capacidades para adorar a DEUS, fonte do amor e da vida, e então, nos unamos entre nós com honras sinceras, como for conveniente a cada caso, assim como nós mesmos nos amamos (ver Mat. 22:36 a 40, ou Marcos 12:28 a 34) e isto é intimidade. Pela Lei de DEUS nos ligamos a Ele, e o sábado é o seu selo de ligação de intimidade. Se o santificarmos, estaremos nos ligando àquele que tudo criou nos seis dias anteriores, e poderemos assim, certamente, viver em união uns com os outros, como JESUS recomenda em João capítulo 17. Esse é um dos capítulos da intimidade de JESUS com DEUS, de nós com JESUS e da intimidade entre nós, e isso é o resumo da Lei. Em tempo, o domingo é o dia que liga adoradores a quem não é Criador, pois antes desse dia, na semana da criação, nada se havia criado. Portanto, o domingo é o dia do "não-criador", não serve para substituir o sábado que DEUS mesmo instituiu. O decreto pagão que introduziu o domingo no cristianismo também acelerou as condições de degeneração do amor e da intimidade entre os seres humanos com O Criador e entre os próprios seres humanos. O domingo não está nos planos do Criador para a felicidade da humanidade.
Pense nas evidências do que aqui escrevemos. Investigue os fundamentos bíblicos. A inteligência que possui e a sabedoria que DEUS lhe der fará com que compreenda a ciência da vida, queremos dizer, da vida eterna. Há um desígnio na criação feita por DEUS: Ele nos criou por amor, para nos amar, para que O amemos, e, assim aprendamos a nos amar uns aos outros, e dessa maneira vivamos eternamente felizes. Foi para isso que DEUS um dia nos criou e depois foi para isso que o Seu Filho veio morrer por nós. Enfim, por que fugir da felicidade? Por que romper com a vida? Por que deixar de lado o que é bom?
O Culto do perdão
Para aqueles que desejam uma vida feliz em seus lares sugerimos um procedimento diário bem simples, que demanda pouco tempo. Consta do seguinte:
- Todos os dias, antes de se recolherem, a família se reúne e faz um pequeno culto de perdão recíproco;
- Faz-se uma oração inicial por alguém pedindo a presença de DEUS e a humildade sobre cada um bem como que haja harmonia;
- Então, a começar pelo marido e pai, pede perdão a um por um do que ofendeu aos demais naquele dia;
- Assim sucessivamente, vem a mãe, e segue pelos filhos mais velhos;
- Depois todos se abraçam como um gesto de perdão recíproco, e se mostram felizes e sorridentes, pois DEUS está ali, e tudo foi resolvido;
- Não se discute os porquês das ofensas, não se polemiza, não se acusa, não se justi-fica.
- Em uma ou duas semanas tudo irá mudar a tal forma que a felicidade reinará e as ofensas desaparecerão.
- Nunca se faça tal culto sem a presença de DEUS.
Prof. Sikberto Renaldo Marks